segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tuas Horas Noturnas



No leito de tuas horas noturnas entrego-me a estranha inquietude que habitas em teu castelo.

E por de trás de tuas muralhas escorrem pelas pedras o sangue viscoso de minhas unhas nelas cravadas.

Arranque a espada das minhas costas e lamba o sangue nela contido.
Agora cuspa em minha cara e crave-a novamente em mim.

Só que agora pela frente, no peito, do lado esquerdo, para que a dor da covardia não corroa os teus dentes e nem perfure os teus pulmões.
E só assim nos libertará da amarga crueldade em que nos colocamos.

Escuta tua voz que cala na hora exata.

Escuta o gemido que ecoa dentro de tuas vísceras.

A hora perdoa.

11 de janeiro de 2009

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