No leito de tuas horas noturnas entrego-me a estranha inquietude que habitas em teu castelo.
E por de trás de tuas muralhas escorrem pelas pedras o sangue viscoso de minhas unhas nelas cravadas.
Arranque a espada das minhas costas e lamba o sangue nela contido.
Agora cuspa em minha cara e crave-a novamente em mim.
Só que agora pela frente, no peito, do lado esquerdo, para que a dor da covardia não corroa os teus dentes e nem perfure os teus pulmões.
E só assim nos libertará da amarga crueldade em que nos colocamos.
Escuta tua voz que cala na hora exata.
Escuta o gemido que ecoa dentro de tuas vísceras.
A hora perdoa.
11 de janeiro de 2009
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