domingo, 26 de abril de 2009

Vozes do Passado


Tela: Maria da Glória


O passado está cheio de vozes que não se calam e ao lado da minha sombra há uma multidão infinita de quantos a justificam. Não há sequer uma palavra que traduza o que sinto agora: uma dor cruel, pungente e intransferível. E as vozes que falam aos meus ouvidos me atordoam mais do que deveriam.

Estou doente. Doente de uma doença comum. Só que a sua popularidade não a faz tão curável assim. Doença que me perturba a cabeça, endurece as pernas, enrijece os braços e faz sangrar o coração.

As lágrimas que benzem o corpo e o espírito enfermos secam antes de desaguar no vermelho corrente das veias.
Penetrem lágrimas! Penentrem! Que ao se fundirem com toda a linfa limpará todo o Ser dessa maléfica constância de comportamento destrutivo.

Não sei mais para onde irão.
Em vão.
Nada nunca é sabido.
Nem estático.
Circunstancial!

13 de novembro de 2007

Um comentário:

  1. LEMBRO-ME DE QUANDO PRECISAVA TIRAR TUDO QUE SE INTERPUNHA PELO CAMINHO. TUDO ERA SOMBRA, ESPECTRO DE ALGO INDECIFRÁVEL NA ALMA DA CRIANÇA ASSUSTADA. O QUARTO IMPREGNAVA-SE DE ALMOFADAS, PARA QUE A RAINHA INCORPORASSE NAS VEIAS FRÁGEIS, COMO UNGUENTO NO SANTUÁRIO. COM A CABEÇA UNGIDA,ELA ADORMECIA...AS VOZES CALAVAM-SE. PERCEBO, AGORA, QUE NÃO PARA SEMPRE. AMÉM.

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