quinta-feira, 30 de abril de 2009

Só a Gente Sabe..


Tela: Lilian Nobre

Só a gente sabe....
Amar intensamente a cada momento
Só a gente sabe...
Que se entregar verdadeiramente não é nenhum tormento
Só a gente sabe...
Se olhar dessa forma tão intensa, tão imensa
Só a gente sabe...
Só a gente sabe o ponto onde o prazer transcende, inevitavelmente
Só a gente sabe...
Só a gente sabe nos sentir de forma plena, serena
Só a gente sabe...
Só a gente sabe beijar daquele jeito
Do jeito que só a gente sabe
Só a gente sabe...
Só a gente...
Só.
Só a gente...
Só a gente sabe...!


27 de abril de 2005









Queria Dizer




Queria dizer-te um poema
Não sei poetizar, que pena!
Queria falar de amor em poesia
Mas, não quero forçá-lo, usar hipocrisia.
A hipocrisia do poeta por vezes se faz necessária
Outra hora, engana, manipula, é ordinária.

Quem me dera ter o dom,
De saber falar naquele tom;
No tom do poeta apaixonado
Que se sente embriagado
Ao recordar daquela imagem
Que em seus desertos olhos virou miragem.

Quero mais poesia em minha vida,
Quero mais prazer na minha lida,
Quero ter o amor pulsando em minha veia,
Quero provar da água e repousar-me na areia.


(Poema publicado no site http://www.portaltx.com.br/?modulo=Noticia&id=457&categoria=21)

domingo, 26 de abril de 2009

Aquele Corpo


.

E aquele corpo estendido no chão não era mais um corpo estendido no chão. Ele tomara forma própria, absoluta de si. E agora, quando percebo esta evidência, invejo-o.
Não! Não quero invejá-lo, não agora! Quero apenas admirá-lo. Estudá-lo. Namorá-lo.
Não tocá-lo não significa deixar de amar.
Escorre da boca o sangue que lava as trevas de minhas semelhantes almas.



13 de dezembro de 2006

Retina Viciada




Enquanto você se esforça para que seu lânguido sorriso não saia do domínio de minha retina viciada, essa mesma retina, outrora encantada, não se corrompe mais as nocivas rajadas de piedade lançadas por seus alvos dentes e tua rubra boca.

Agora, o que era apenas medo, torna-se dúbio.

Não tenho a avidez necessária para lidar com essas tais ambigüidades que apenas destroem a fidedigna compreensão das coisas simples. Simples como a languidez de um sorriso desnudo. Um sorriso capaz de dilatar até a mais insensível pupila e encharcar de lágrimas delineadas pálpebras.

22 de junho de 2006

Infiel



A incredulidade fez de mim uma infiel.
No berço destas tardes lúgubres em que sua música invade meus ouvidos, fazendo-me escrava; a mercê de suas melodias.
É quando encontro minha outra face coberta de lama. E num momento lírico a lavo nas correntes águas derramadas por meus piedosos olhos.


05 de abril de 2006

Vozes do Passado


Tela: Maria da Glória


O passado está cheio de vozes que não se calam e ao lado da minha sombra há uma multidão infinita de quantos a justificam. Não há sequer uma palavra que traduza o que sinto agora: uma dor cruel, pungente e intransferível. E as vozes que falam aos meus ouvidos me atordoam mais do que deveriam.

Estou doente. Doente de uma doença comum. Só que a sua popularidade não a faz tão curável assim. Doença que me perturba a cabeça, endurece as pernas, enrijece os braços e faz sangrar o coração.

As lágrimas que benzem o corpo e o espírito enfermos secam antes de desaguar no vermelho corrente das veias.
Penetrem lágrimas! Penentrem! Que ao se fundirem com toda a linfa limpará todo o Ser dessa maléfica constância de comportamento destrutivo.

Não sei mais para onde irão.
Em vão.
Nada nunca é sabido.
Nem estático.
Circunstancial!

13 de novembro de 2007

Penso!




Eu penso, eu penso..
Cadê o teu bom senso?
São crianças, pequenas crianças..
Que sentem e não mentem!

Corrói a minha retina este olhar para dentro de ti.
Perfura o meu pulmão não mais respirar o teu ar.
Seca a minha boca não mais beber tuas lágrimas e teu suor.

Esse mero descaso
Não se justifica pelo fim do caso!

E era em tua superfície pálida
Que meus olhos descansavam.

E toda angústia sentida..
Toda a permanência na prisão..
Horas sinto finda
Em outras..não!

09 de dezembro de 2008