terça-feira, 29 de setembro de 2009

Odes de Outono



O silêncio do quarto e o teu corpo adormecido falavam.
Diziam palavras bucólicas que transpunham para o ambiente aquela reconfortante paz que encontro em teus jardins.
E depois destas horas contempladas ao som das odes de teu sono
Toco os acordes, para que acordes..
e comigo embale, no outono, novas odes sem fim.


27 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009




Já não me era mais concedido o fel.
Nem o amargo sabor da nostalgia de qualquer sutil desprezo.

23 de dezembro de 2007.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Criatura Minha




Ah, criatura minha
Como pode por horas me encher de prazer
E em outras transformar o calor que eu tinha
Em frio cortante que me faz tremer?

De onde antes nasceram as flores da concepção
Agora espetam-me os espinhos
E me furam como punhais de decepção

E para que tantos caminhos
Se a mentira derruba o castelo
E faz desabar toda a construção?

Teu semblante bucólico
Teu olhar apaixonado
Viraram duras palavras
Que me ardem os olhos
E repelem o meu afago.

Conheces-me por dentro
Alimentou-se de minhas células
Espiou minhas entranhas
Arrancou minhas pétalas.

A minha frente sou tua rainha
Você me ama e me admira
Por trás sou uma bruxa
Que você ofende e contraria

E apesar de tantas lágrimas, tanta dor
A alegria de ser criatura e criador
Supera toda a lástima e todo horror
E eternamente terás o meu desatinado
Sublime e fiel amor.

03 de julho de 2009